Está difícil manter o diálogo com seu filho?
Está difícil manter o diálogo com seu filho?
A educação dos filhos parece muito fácil quando são dos outros, não é mesmo? As pessoas costumam comentar entre si quando veem uma criança fazendo um escândalo no supermercado, recusando-se a comer ou a ficar sentada em silêncio em um restaurante ou, até, respondendo aos pais na sala de espera do pediatra.

A educação dos filhos parece muito fácil quando são dos outros, não é mesmo? As pessoas costumam comentar entre si quando veem uma criança fazendo um escândalo no supermercado, recusando-se a comer ou a ficar sentada em silêncio em um restaurante ou, até, respondendo aos pais na sala de espera do pediatra. “Se fosse meu filho eu resolveria num já!”. Mas não é bem assim que as coisas funcionam na prática. Em primeiro lugar é preciso que os pais compreendam o que acontece com a mente e o corpo da criança em cada fase do seu desenvolvimento. Além disso, precisam compreender o impacto de suas atitudes perante os filhos para poderem identificar o motivo de muitas reações indesejadas. 1 a 2 anos Nessa idade os pequenos conseguem assimilar apenas palavras simples, como “sim” e “não”, e percebem mais o tom de voz dos pais em vez do conteúdo do que estão falando. Por isso, use um tom de voz tranquilo e suave quando quiser chamar a atenção dele para alguma coisa. Como eles ainda não conseguem pedir tudo o que desejam verbalmente, é muito importante prestar atenção à comunicação corporal, pois, muitas vezes, a boca diz uma coisa e o corpo diz outra. 3 a 5 anos Esta fase dá início à busca da criança por sua identidade, por isso, ela já compreende o que o “não” significa e começa a querer usá-lo para manifestar suas vontades. É importante que os pais não entendam essa atitude como uma afronta, pois a criança ainda não tem bom senso para saber quando pode ou não aceitar ou recusar algo. Para lidar com a situação e ajudar seu filho com esta descoberta, peça pra ele explicar o “não” com outras palavras e você chegará ao motivo da reação. 6 a 8 anos Essa é a fase da explosão corporal, quando os pequenos descobrem a própria força física e passam a testar os limites do corpo com pulos, corridas, socos. É provável que, muitas vezes, eles queiram entrar em luta corporal com os pais para protestar suas vontades, então, estar ciente do motivo pelo qual agem dessa forma (quase sempre insistente e irritante) é fundamental para mudar a atitude deles sem precisar brigar. 9 a 11 anos Nessa fase em que seu filho já faz as próprias escolhas do que prefere comer, vestir, brincar e praticar, os conflitos com os pais ficam mais evidentes. Procure compreender que se trata de uma pessoa em formação, com personalidade e que percebe quando está ou não sendo respeitada. Não é porque se trata de uma criança ou por ser seu filho que você deva dar ordens e exigir que ele as cumpra só porque sim, sem questionar. Esse modelo de “educação” antigo resulta em medo dos pais, mas não em respeito verdadeiro ou admiração. 12 a 14 anos Ah, a adolescência! Fase em que o filho não quer mais acompanhar os pais nos compromissos que antes acompanhava e, muitas vezes, sente vergonha de ser visto por amigos quando está em família, principalmente se os pais ainda não abandonaram o hábito de tratá-lo como criança pequena em público. O adolescente busca o próprio grupo. Está mais voltado para as coisas pessoais e você pode se esforçar um pouco para entender, lembrando como você se sentia nessa idade. Para ter a atenção do seu adolescente, converse com ele de igual para igual, respeitando suas opiniões e explicando, com argumentos reais, porque ele não deve tomar determinadas atitudes. Dizer que ele “é muito novo pra entender” é pedir para que ele se afaste. Lembre-se que sua postura e entonação de voz poderão fazer toda a diferença.